terça-feira, 26 de outubro de 2010

Lugar de aprender é na universidade


A universidade é o sonho de muita gente, neste ano mesmo, milhões de estudantes irão tentar obter uma vaga em universidades públicas de todo o país. Digo públicas, mas não esqueçamos das privadas. O problema é que estas são, digamos, o plano B de todos, vamos combinar que a vontade de 99% dos que tentam o ensino superior é entrar numa instituição pública.

Bem, mas não importa que universidade seja, pública ou privada, estes lugares foram feitos para ensinar, ajudar o aluno na sua formação profissional. E para isso é necessário um ensino tanto teórico quanto prático. Claro que a intensidade dessa prática ou teoria varia de curso para curso, mas que é imprescindível haver os dois, ah isso é. Por exemplo, um estudante de medicina não pode estar pronto para o mercado de trabalho sem antes ter dissecado ao menos um cadáver em algum laboratório do campus, assim como um aspirante a professor que faça licenciatura em qualquer área necessita de uma experiência em sala de aula, atuando como educador em escolas. Baseado nisso, pergunto: Por que com a Comunicação Social seria diferente?

Uma das frases que mais ouço no curso é: "Não, a gente aprende mesmo é nas redações por aí a fora, e não na universidade". É, se for assim estavam mais do que certos quando acabaram com a obrigatoriedade do diploma para exercer o Jornalismo, pois já que tudo se aprende verdadeiramente nas empresas de comunicação, a academia não serve de nada e qualquer um pode mesmo ser jornalista, basta ter um pouco de leitura, conhecimento e trabalhar numa redação de jornal ou numa emissora de TV ou rádio.

Isso está errado, não podemos tratar o meio acadêmico assim. Dentro da universidade o estudante deve ter todos os subsídios para estar preparado quando chegar a hora de enfrentar o mundo lá fora: o mercado de trabalho.

No curso de Comunicação Social da UFRN há alguns projetos que dão tais subsídios, como o Programa Xeque-Mate, a Agência Fotec, o Tela Livre e a Rádio Sonora - ambos geralmente ocorrem na semana da Cientec. Se olharmos com atenção, vemos que são dois de TV, uma rádio e um portal de notícias. Está sentindo falta de algo? Eu estou. Onde está o pai do jornalismo? Cadê o meio impresso nisso tudo? A resposta meus amigos: não há qualquer jornal universitário na UFRN.

E acredito que essa seja a realidade de muitas instituições pelo Brasil a fora, o que é lamentável. Não podemos ficar dependentes dos jornais do mercado profissional para aprender a apurar uma informação ou escrever uma matéria que será realmente lida por várias pessoas. Isso deveria acontecer dentro da universidade, e um jornal universitário seria de grande valor nesse processo. Desta forma, o estudante aprenderia todo o trabalho jornalístico no próprio curso e já partiria para o campo profissional sabendo de todo o trabalho.

É basicamente essa a função que têm os estágios. O estudante utiliza uma empresa que está no mercado, para praticar. É algo que funciona bem e que deveria fazer parte do meio acadêmico sim. A única diferença entre os dois é que no jornal universitário não haveria salário mensal, mas o aprendizado diário seria o mesmo.

Não sei se deu para o caro visitante do Galdinolândia entender bem o que quis enfatizar neste meu texto, mas o que gostaria de deixar claro é que devemos pensar e reivindicar um jornal que atenda à essas necessidades de aprender na própria instituição de ensino, afinal, lugar de aprender é ou não é na universidade?

"Queremos um jornal"
É essa uma das ideias que nós, professores e estudantes de Comunicação da UFRN, defendemos. Por isso criamos o movimento "Queremos um jornal" (no Twitter: #QUEREMOSUMJORNAL). E espero que esse pensamento não fique restrito à nossa universidade, todos os outros cursos de Comunicação espalhados pelo país devem exigir o mesmo. Toda a Comunicação Social brasileira agradece.


Mais informações sobre o movimento acesse: http://www.queremosumjornal.blogspot.com/ ou http://www.coisasdejornal.blogspot.com/. E siga no Twitter: @queremosjornal


PS: Se quiser, me siga também (rsrs): @fegalc

Felipe, o Galdino

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