Você é jornalista? Cuidado, esse tiro pode ser pra você!
Meus amigos, a situação não está fácil para nós jornalistas (apesar de ainda não ser formado, vou me inserir no grupo). Além de contar muitas vezes com condições de trabalho inadequadas; conviver (e ter que viver) com péssimos salários; sermos profissionais desvalorizados, que é o que ocorre aqui no país e principalmente no Estado, ainda estamos sujeitos a ameaças, a insultos e, em situações extremas, a agressões físicas.
É esse último ponto que me preocupa. A questão é que estou vendo, nesta semana, uma onda de violência contra colegas no mundo todo, só aqui no Brasil foram duas situações, sendo uma no nosso RN.
Vamos a uma pequena retrospectiva: na última terça-feira, o jornalista afegão, Razaq Mamoon, foi simplesmente atacado no Afeganistão. Um maluco extremista, contrariado com os artigos políticos que o profissional vinha escrevendo, simplesmente jogou ácido no rosto dele. Felizmente não ocorreram ferimentos graves.
No Peru, o apresentador de TV Juan Vela Castro foi atacado pelo advogado Tito Vásquez, que usou uma chave de roda e ainda ameaçou de morte a vítima. O motivo do ato de selvageria: o jornalista criticou, no seu programa, o advogado. Nesta mesma semana, uma jornalista viu o muro de sua casa pichado com ameaças.
Gina Escheback, jornalista da Colômbia, também vem sofrendo ameaças por causa do seu trabalho. Seus textos sobre direitos humanos não agradam grupos paramilitares e narcotraficantes de Bogotá. "Você está se metendo com as pessoas erradas. Não siga publicando essas bobagens", dizia um bilhete de advertência recebido por Gina semana passada.
Ontem, o fotógrafo Thiago Vieira foi agredido por quatro dirigentes do Palmeiras. Ele aguardava o resultado da eleição presidencial alviverde, na sede do clube, quando postou mensagens ofensivas aos palmeirenses no Twitter. Os conselheiros não gostaram nada da "brincadeira" e expulsaram o fotógrafo a empurrões e até socos. (Realmente, não concordo com o que Thiago tuitou, ele foi infeliz, mas pior ainda foi o que os quatro palmeirenses fizeram, perderam a razão por isso).
Aqui em Natal, neste dia 18, uma equipe do Novo Jornal foi mantida por quase 15 minutos trancada numa sala recebendo insultos e ameaças de morte. Segundo Augusto Targino, o agressor, o repórter Rafael Duarte, o fotógrafo Ney Douglas e o motorista Clodoaldo Régis invadiram sua propriedade, em Macaíba, para produzirem uma notícia.
Apresentei aqui motivos suficientes para você, colega da imprensa, a partir de agora tomar precauções ao sair de casa porque parece que ao menos aqui no Brasil, está aberta a temporada de caça aos jornalistas. Cuidado pessoal!
Brincadeiras a parte, é inadmissível - e certo - que ameaças, agressões, tentativas de prejudicar o trabalho jornalístico, ainda existam em pleno Século XXI - e acredito que isso sempre existirá, infelizmente. Agora, o que não podemos é baixar as nossas cabeças e ceder aos caprichos dessas pessoas que pensam que a censura é o caminho para conseguirem seus objetivos. Devemos continuar lutando contra essa ideia, apoiando uns aos outros e fazendo manifestações.
PS: apesar de tudo, para mim, aqui no RN, a maior agressão ao jornalista é o salário lastimável de R$900,00, o menor do país! Quer tapa na cara maior que esse?
Felipe, o Galdino
informações: Portal Imprensa / ESPN Brasil / Novo Jornal
imagem: crédito na foto (site: http://www.fotocomedia.com/tag.php?tag=mira)
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