Na noite de ontem, a TV Globo exibiu um especial sobre o cantor e compositor Angenor de Oliveira, o Cartola. E a justa homenagem foi muito boa, mostrando tanto a pessoa quanto o artista. Mas não estou aqui pra falar do programa da Globo.
Bem, eu acho incrível como um cara como Cartola, um gênio da música, foi tão desprezado no seu tempo. Para seu sustento, ele lavava carros quando já era conhecido nacionalmente! Como deixaram isso acontecer?
Baseado nisso me pergunto o quanto de outros bons artistas que o Brasil tem, teve ou poderia ter tido e não demos a atenção devida. Ora, se um renomado como Cartola sofreu mesmo quando já tinha músicas e músicas sendo tocadas nas rádios, sem dúvida alguém que comece agora vai sofrer mais ainda para ter seu espaço. Você já parou para pensar quantos outros Cartolas, Adonirans, Chicos (Buarques), Tom Jobim ou tantos outros artistas desta qualidade poderíamos ter visto e não vimos porque os desprezamos? (Bem, talvez eu tenha exagerado nos exemplos artísticos que dei porque esses caras são únicos, mas espero que você tenha entendido o que quis dizer, rs).
O pior é você pensar isso e ver o que temos hoje nas paradas de sucesso: bandas e cantorizinhos de meia pataca que por terem um rostinho bonito ou mais bem elaborado com maquiagem e photoshop (no caso das fotos), fazem a cabeça do pessoal, principalmente dos mais jovens, que talvez por não terem tido contato com música realmente de qualidade ouvem qualquer coisa.
Mas o que me conforta é que os verdadeiros gênios nunca morrem. Cartola, Adoniran Barbosa, Tom Jobim, Chico Buarque (que ainda está vivo e forte, quero deixar claro hein), sempre terão seu lugar no hall da fama musical porque eles encantaram (e encantam), brilharam (e brilham), fizeram e até hoje fazem muitos chorarem de emoção, ajudaram a enriquecer a cultura brasileira e até a mundial.
Já essas carinhas jovens que vemos hoje serão esquecidas em pouco tempo, como aconteceu com várias outras que passaram anteriormente sob as mesmas condições e características.
Vamos prestar mais atenção e analisar bem os cantores e compositores que estamos dando oportunidade. Para finalizar, vou dar um exemplo prático: você que gosta de rock nacional já pensou que podemos ter perdido a chance de ter um outro Legião Urbana (ou que chegue um pouco perto) para dar espaço para um Restart?
(Realmente finalizando) O maior problema não é os garotos de calça colorida fazerem sucesso, isso é mérito deles (ou do empresário), o negócio é dar chance a eles e esquecer outra banda de mais qualidade, até porque convenhamos: sem dúvida no Brasil há várias bandas melhores que os "coloridos".
Felipe, o Galdino
Cito um exemplo, Tom Zé, foi frentista de posto, lutou muito para ser reconhecido é um gênio, tropicalista, sobretudo nordestino. O público de Tom Zé não compõe as massas, mas é fiel. Gostar de Chico Buarque é sempre meio clichê, mas quem liga. Tom Zé enfrentou a ditadura, foi preso e tudo mais, mas suas músicas traduziam a rebeldia, o livre pensamento, sem AEIO. Tom Zé só não foi esquecido, por que um estrangeiro gostou do som. Até hoje ele é muito mais valorizado no exterior que no próprio Brasil, aqui ele é muito incompreendido. São poucos, mas eles estão aí, jovens que vão salvar a cultura brasileira. A responsabilidade é muito grande.
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